by ~dibutade on DeviantArt
“Quem é esse homem tão lindo, andando, sorrindo, que vem na minha direção como se já me conhecesse? Mas ele não me conhece, eu não o conheço. No entanto é alguém que já vi, quando eu pensava que queria ver alguém, que eu não conhecesse, que fosse tão lindo quanto ele, que vem andando na minha direção, me olhando, andando e sorrindo como se já me conhecesse.” (A.J)
Quem é esse homem?
Por que ele sorri?
Por que eu sorrio em retorno como se já o conhecesse?
Quem é ele?
Tenho a impressão de já ter dormido em seus braços.
E que neles, oscilava entre um felicidade reconfortante de ser desejado e a extrema solidão do abandono iminente.
Mas não. Ele está aqui na minha frente, andando e sorrindo.
Não conheço seus braços, mas é como se os conhecesse.
Será ele um jovem poeta que sorri em uma experiencia literária?
Afinal jovens poetas procuram inspirações em pequenos ou grandes jogos de paixão.
Não. Não é um sorriso curioso.
É uma certeza desenhada a traços fortes, tal como a minha.
É como se eu já conhecesse sua certeza.
Tenho a sensação de que o ver me foi um hábito,
entre vinhos e filmes procurou meus beijos,
e que neles eu oscilava entre um felicidade reconfortante de ser desejado e a extrema solidão do abandono iminente,
junto ao fim do vinho.
Não. Não conheço seus beijos,
mas é como se já o conhecesse.
Quem é esse homem tão lindo?
Ouço sua voz calma ao me explicar mil solos de guitarra sorrindo.
Não. Não conheço esse sorriso.
O que conheço é um sorriso de gratidão,
um sorriso que entendia que o importante não era me conhecer e sim conhecer a si,
no reflexo dos meu comentários.
Merda.
Quem é ele?
Lembro de um abraço vazio,
apertado,
desejante,
mas nele...
eu tinha um sorriso vazio.
Será que esse homem é aquele que me amava?
Aquele que se apoiava em meu peito e ria como criança,
sem dizer uma palavra?
Não.
Esse sorriso eu também conheço.
É de quem não precisa me conhecer,
pois me conhece inventada da cabeça aos pés.
Amava o que fez de mim e sorria,
assim me conhecia.
Eu sei quem ele é.
Eu o conheço.
Ele é aquele,
cujo sorriso me traz o vazio,
me traz um futuro vazio.
Agora que eu sei eu lhe rio de volta pela felicidade de me jogar ao que lhe é mais lindo.
Eu amo o vazio de nunca conhecê-lo.
Eu abro os olhos,
e ele não está lá.