segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Sorriso
Queria fazer um belo verso
Um verso engraçado
Um verso atraente
Um verso inesquecível
Ele falaria sobre como é tá do teu lado
Falaria do teu olhar sorridente
E do teu sorriso indescritível
Seria um verso meu bagunçado
Mas que fala de gente
Dessa coisa estranha que gente sente
Dessa coisa
de estar apaixonado

domingo, 23 de janeiro de 2011

Parque de sensações.

Amusement Park by ~Poof2507 on Deviantart

Gostar de você é como brincadeira de criança. É como ser criança. As coisas ou são “de brinks” ou são “de vera”. Ou é tudo ou é muito pouco. É como ainda estar do lado de fora do parque de diversões e avistar a montanha russa e não achá-la tão grande... sorrir... desejar ir... ter certeza que tem coragem suficiente pra ser só diversão. É explodir de emoções antes mesmo de entrar no parque. É ser pequenininho e torcer pra conseguir ser maior que o limite de altura que se pede pra entrar na montanha russa. É depois de ser aceito, de passar da angústia da espera, realmente olhar pra cima, e aí falar: “Putaquepariuéaltopracaralho.” É o medo que dá quando na montanha russa se coloca o cinto de segurança... Você pensa: “Se eu preciso de um cinto de segurança é porque é perigoso.” É o medo que dá por precisar de um cinto de segurança. Não era pra ser divertido? Não era um brinquedo? Por que é tão sério? É a falta de coragem que dá nessa hora... É a vontade de fugir, é a vontade de correr. É o vazio que dá dentro de si, é o medo de faltar algo no meio do caminho, é o medo do caminho dar errado, é o receio de cair. É exatamente isso. Gostar de você é o receio de cair, mesmo usando um cinto de segurança. O carrinho começa a andar, você olha pro lado, vê um rosto amigo e te dá fé. Uma fé que você vai... você tem que sobreviver, mesmo porque agora não tem mais volta. Mas você vai sobreviver. É seguro, mas ainda assim dá medo. Agora é um excesso de fé... na lentidão do carrinho que sobe pro alto. E ele sobe... é excesso de medo e fé. E ele sobe... é excesso de expectativa pelo que ocorre na descida... E ele sobe... é ver em volta e se acalmar, é ver o rosto amigo que se diverte. E ele sobe... é achar que o mundo é mais bonito do alto. É chegar no alto, parar, piscar e dái... o espanto. O mundo é realmente mais bonito do alto. É o espanto... por excesso de felicidade. É o espanto por achar que não podia ser assim tão feliz. É o topo. É você, pequenininho, no topo do mundo. Ouve-se um “clack”... Isso é sinal de descida, de velocidade, de olhos bem abertos que na verdade queriam estar fechados. É o retorno do medo. É o grito, é o nervoso na barriga, é a descida, é o medo da morte, é a velocidade, é o vento nos cabelos, é o loop, é rir do medo bobo, é velocidade, é conseguir fechar os olhos e imaginar o caminho que quiser, é o excesso do tudo, é o excesso de mundo. É sentir diminuir a velocidade e se arrepender de não ter aproveitado mais, é querer ir de novo, mesmo sabendo do medo, da necessidade do cinto de segurança, é querer ser o topo do mundo um por um pouco mais de tempo... mesmo sabendo que vai cair. É sentir falta do vento, do ar, do medo, da fé, do espanto, enquanto se anda no terreno plano acimentado. É sentir falta de não estar com os pés no chão. Mas é, ao mesmo tempo, ficar feliz por ter voltado ao chão. Excessos. Você ouve: “Vamos tentar outra coisa?” É depois rodar num carrossel e ficar tonto. É depois do carrossel... achar que o chão não é chão. Ter os passos meio bêbados, o olhar meio turvo e ver uma realidade distorcida. É saber que o terreno plano acimentado pode não ser só “terreno plano acimentado”, logo depois de ter experimentado o céu e ter achado que o chão era só chão. É sentir os passos bêbados, o chão torto, mole, distorcido. É uma distorção de tempo e espaço. É sentir o universo em expansão. É imaginar universos em bolhas de sabão que voam no ar. É fazer poesia do “lixo”, é mudar perspectivas, é inventar realidades. Gostar de você é fazer felicidade nos excessos e faltas. Gostar de você é a felicidade nos contrastes. É saber que vai sentir falta. É saber, antes de ir embora, que vai sentir falta. É não querer ir embora nunca. É ter medo de ir embora e não poder voltar: por estar velho demais, alto demais, esnobe demais pra se permitir, por não “ser” mais... Você é o meu parque de sensações e eu te amo nos contrastes.